As Dores do Mundo, do mineiro Luiz L. de Freitas Santana retrata problemas do cotidiano e será um dos principais destaques da maior exposição literária do país

Atualmente, devido a correria do dia-a-dia, poucas pessoas conseguem tirar alguns minutos para dedicar-se a momentos de lazer. Além disso, as evoluções tecnológicas já envolveram a sociedade de tal maneira, que o individualismo se tornou algo comum entre as famílias. Porém, apesar dessa infeliz realidade, ainda existem pessoas preocupadas em manter vivo um dos principais instrumentos da cultura e educação: a leitura.
Divorciado, pai de dois filhos, morador do bairro Tropical e apaixonado por literatura, Luiz L. de Freitas Santana se prepara para lançar o primeiro livro da sua carreira como escritor. Professor de inglês da Escola Municipal Ápio Cardoso e também da Escola Estadual Helena Guerra, carioca de nascimento mas contagense de coração, Luiz lançará seu primeiro livro, "As dores do mundo", pela Editora Barauna-SP, nesta sexta-feira (10) , durante a 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. A obra é dividida em quatro partes: poesia, contos, crônicas e prosa documentada. "É um relato da vida. A literatura ensina a própria vida e fala do que acontece no dia a dia das pessoas", explica. Freitas já escrevia desde menino, por volta dos 14 anos de idade, mas nunca teve a oportunidade publicar seus textos. Porém, as coisas começaram a mudar há cerca de 12 anos. "Eu estava terminando o curso de letras na Universidade Federal de Formiga (MG), quando um professor viu o material, escreveu uma crítica e sugeriu a publicação", recorda. Os anos se passaram e os preparativos para o lançamento livro se tornou realidade somente em 2011, devido ao apoio e incentivo da namorada de Luiz. "Ela também trabalha na área da educação e me convenceu de que o livro realmente tinha potencial", diz. Após apresentar o livro para a editora e ter a obra aprovada, em março deste ano veio o convite para participar da Bienal de São Paulo. 

Inspiração
Admirador das obras de Guimarães Rosa e de Fernando Pessoa, Luiz é inteiramente apaixonado por literatura. "Afrânio Coutinho disse que literatura é vida e, realmente, é assim que vejo. Não podemos negar que todos temos problemas, passamos por dificuldades, independente da classe social, da cor e da religião. Com o livro, pretendo contar um pouco da minha história e, quem sabe, ajudar e confortar muitas pessoas que, assim como eu, busc[/NORMAL]am na literatura uma forma de preencher os vazios que ficam na alma". O título do livro, que tem cerca de 140 páginas, veio a partir de uma inspiração musical do final da década de 70. "As Dores do Mundo, do compositor Hyldon, foi regravada nos anos 90 pela banda Jota Quest e, ao ouvi-la novamente, percebi que tinha tudo a ver com o que a obra propõe", revela.

Projetos
Sem adiantar o formato, o professor comenta que, a partir de outubro vai começar a formatar o seu segundo livro. "Para o próximo ano, já tenho um romance bem encaminhado. Se tudo der certo, pretendo lança-lo no início do segundo semestre de 2013", conta. Além disso, Luiz também já está se preparando para participar da Bienal de Lisboa, em 2014. "Quero levar minha obra para diversos países. Meu sonho é alcançar um bom número de vendas, principalmente, na Índia", relata.

A maior dor
Quando perguntado sobre qual a maior dor do mundo na atualidade, Luiz foi enfático em sua resposta. "Embora estejamos vivendo em um mundo perigoso, correndo diversos riscos e com tantas guerras, para mim, nenhuma dor pode ser comparada à perda de um filho. Só quem é pai, entende", ressalta.

A bienal
"Livros transformam o mundo, livros transformam pessoas" é o tema da 22ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que acontece entre 9 e 19 deste mês, no pavilhão de Exposições do Anhembi. A Bienal reunirá as principais editoras, livrarias e distribuidoras do país. São cerca de 480 expositores participantes que apresentarão para 800 mil visitantes seus mais importantes lançamentos em um espaço total de 60 mil m².